domingo, março 11, 2012

quinta-feira, maio 12, 2011

Lembro me ainda de ouvir você comentando com seus amigos sobre os peitos da Paula. Dizia como eles olhavam pro céu, de algum jeito que eu não sei bem parafrasear, e apontava com os dedos para cima. Primeiro eu senti inveja da atenção aos peitos da Paula. Depois contei à Paula, pra quem sabe ela ficar contente. Paula me repreendeu como se eu não entendesse bem o desrespeito. Eles não deviam falar assim dos nosso peitos. Eu não soube replicar, o que eu sei agora. Diria que esse tipo de comentário não era muito diferente do que a gente dizia a seu respeito. Eu gostava muito das costas do seu joelho. As costas do seu joelho eram as mais bonitas da escola, não havia outro garoto que tivesse costas de joelho feito as suas. Torcia pelas bermudas que deixavam seu joelho de fora. E o que eu faria com as costas do seu joelho? Não sei. Nunca mais olhei pras costas do joelho de ninguém depois daquela época. O que a gente ansiava mesmo? Não era sexo. Era qualquer coisa de calor humano antes disso.

Eu continuo, na maior parte do tempo, sem réplica para esses pequenos desrespeitos. Nunca tive coragem de dizer à Paula, que entre toda essa reeprensão ao seu comentários, ela soltava risinhos contraditórios, orgulhosa de seus peitinhos que apontavam ao céu.


(Ilustração pela ilustrissima, Luisa Amoroso)

segunda-feira, maio 02, 2011


Eu não gosto de sair por ai contando que já fui pra Europa. Acho que tem gente que fica ofendida. Acho que tem gente que acha que estou me exibindo. Pior de tudo, tenho medo mesmo de estar me exibindo. Então evito. Mas não dá pra contar essa história sem dizer que se passa na França. Não só porque aconteceu no Louvre e não sei bem onde reproduzir uma situação com esculturas greco-romanas no Brasil, mas também porque ela não poderia acontecer em qualquer outro lugar. Ou só gosto de pensar assim.

Eu devia ter uns dez anos e passeava entre as estatuas Greco-Romanas com a minha família.

Quando eu era criança, vivia com vontade de tocar nas obras e verdade seja dita, eu toquei em um monte de coisa no Brasil. Mas acho que os seguranças estrangeiros me intimidavam mais e pior, as obras davam muito mais vontade de tocar.

Museu pra criança é significado de pornografia liberada. Essa gente pelada não tem problema de olhar. Eu achava particularmente engraçado olhar os pintos. Pintos eram mesmo muito raros de se ver na nossa infância. A internet não era lá coisa muito bem estabelecida. Mulher pelada sempre existiu em todo canto, então pintos causavam mais frisson. Eu me lembro especificamente de uma escultura, claro que essa história contribuiu pra reforçar a lembrança, mas a estatua em si já era muito interessante; a Hemafrodite, se você olha ela de um lado, ela tem o bumbum (e acho que esse termo pode ser usado às vezes para se referir a uma bunda absolutamente perfeita) feminino, o mais bonito da sala, mas do outro lado, e você tem que dar a volta toda para perceber ela tem um pinto.

Minha mãe me explicava que hemafroditas são pessoas que nascem com os dois sexos. E que na mitologia era o filho de Hermes e Afrodite, mas eu me perdi na história quando um moço abriu a braguilha pra olhar a bunda da ninfa. Eu não avisei ninguém porque sabia que imediatamente perderia o espetáculo, era muita educação sexual em um único dia. Minha mãe me tirou do camarote no momento em que a amiga da minha tia... eu deveria ter apresentado a amiga da minha tia antes, ela era uma dessas pessoas que ninguém sabia muito bem o porquê da gente manter por perto. Todo mundo da família falava mal dela e dizia como era chata e dizia como era exibida, mas ninguém dizia "não" quando ela queria viajar com a gente. Pois bem, a amiga da minha tia começou a aplaudir o homem de braguilha aberta. E não sei muito bem como eu entendi isso, mas hoje eu entendo mais ou menos que ela achou que aquilo era um tipo de performance em elogio à obra de arte. Acontece que esse tipo de comportamento, que na maioria das vezes é tomado como loucura, em uma sala cheia de turistas, divide opiniões. Então um bando de gente chegou mais perto pra entender o que acontecia e teve até quem viesse aplaudir também. Finalmente, apareceu uma segurança, ela era muito séria, dava mesmo muito mais medo que as seguranças do Brasil.

A segurança chegou e pediu para o moço de braguilha aberta parar o que ele estava fazendo. Acho que em outros lugares do mundo ela teria segurado o cara e chamado reforço para tirar ele de lá. Mas essa segurança pediu, com uma voz muito firme, para ele por favor parar com o que estava fazendo. E antes que ele pudesse reagir, a amiga da minha tia tentou defender o homem com o pouco francês que ela tinha. Soltou um "poétique" um "le orgasme" e outro "l'oeuvre d'art", até que um espanhol se habilitou a traduzi-la, e ela começou a brigar com a guarda em portunhol, dizendo coisas que talvez nem em português soubesse dizer. Ela disse que aquilo era um demonstração de arte e que a segurança deveria deixar ser. A segurança estava irada, nem sei como a amiga da minha tia não ficou com medo dela. Respondeu que se o homem quisesse fazer uma performance (sem nem questionar se aquilo era de fato uma performance) ele precisava de uma autorização da diretoria do museu. Sem a autorização, era completamente proibido se manifestar daquela maneira. A amiga da minha tia disse que a arte não tinha que pedir autorização à ninguém, deveria apenas acontecer. Meu pai estava revoltado com a situação e discutia com meus tios sobre como tirar a amiga da minha tia do museu. Nesse instante consegui tapear minha mãe e voltei ao camarote. O homem de braguilha aberta continuava na sua empreitada. A segurança explicava que ela não tinha nada que ver com isso e que estava apenas fazendo o trabalho dela. E a amiga da minha tia replicava que a segurança não podia se resumir ao trabalho dela, que ela não poderia castrar um autor daquela forma e que ela poderia ser como uma curadora naquele momento. Eu lembro da palavra curadora, aprendi ela nesse dia. E foi por ai que eu interrompi a discussão com um pequeno grito de susto, talvez a segurança e amiga da minha tia nem percebessem o que acontecera, não fosse meu grito. O homem gozou na bunda da Hemafrodite e eu não sabia o que aquilo era. Sei que a amiga da minha tia e a segurança empalideceram e se calaram completamente. O circulo de palmas se dispersou rapidamente.

A amiga da minha tia passou o resto do dia em silêncio, talvez pensando que fora responsável pela demissão da segurança e que fora culpada pela deteriorização de uma obra de arte. Ou pensando que não deveria mesmo ter viajado com a gente. Durante o jantar, meu primo, não sei se aproveitando de uma imunidade infantil para ativar o caos ou se por pura ingenuidade, perguntou porque ela estava tão quieta e com tanta cara de susto.


(a foto é do Flickr Foraggio Fotographic)

sábado, fevereiro 05, 2011

Tô de Turista hoje no Finestrino, escrevendo não ficção!



domingo, dezembro 12, 2010


Era uma trepadeira dessas que dá flor. Mas só tinha flores murchas e botões, nenhuma flor aberta de fato, fiquei pensando nisso. Que as coisas mais bonitas são mesmo essas que a gente nunca vê. E depois me cansei dessa minha mania de metáforas, de achar que tudo tem significado e saí andando.

Me lembrei disso quando Jerome me contou que guardava todas as fotos de sua esposa num cofre.

Ele diz isso depois de muito tempo de conversa. Jerome me elogia muito, pergunta como eu não tenho namorado, pergunta se não existem homens fazendo fila em minha porta. Não sou dura com ele, aceito o elogio, mesmo que batido. Pergunto de volta porque ele não tem uma namorada. Ele diz que é uma longa história. Jerome não sai com ninguém desde que ela morreu, não sente que as filhas estão prontas para ver o pai com outra mulher e que por isso ele recorre a esse tipo de site.

Fico triste por ele, não consigo deixar de pensar como é difícil administrar as expectativas de duas meninas sem mãe. Ele diz que eu pareço com ela e pede desculpa por olhar pra mim de forma tão invasiva.

Jerome é professor de matemática, substituto de educação física e dá aula de inglês para estrangeiros também. Jerome me acha hilária. Penso nesse senso de humor que os pais têm. Que eles precisam aprender a rir de qualquer coisa, do dinossauro que tropeçou na árvore e do gato que caiu no balde d’água, um dia as crianças deixam de achar aquilo tudo engraçado e depois não tem muito como os pais desaprenderem. Dou risada de tudo que não costuma ter graça pra mim, porque estou disposta.

Jerome me conta que freqüenta um bar de poesia em seu bairro, que ele gosta muito de escrever e pergunta se escrevo também. Eu digo que não, que costumava escrever poesia e que parei faz tempo. Não digo para ele que tenho completa aversão a esse tipo de troca. E talvez mais ainda ao meu tempo de poesia. Na época eu era fascinada por sinestesias mais do que por metáforas. Me lembrei disso outro dia ouvindo uma música da Marina Lima que diz “Se eu tivesse palavras eu faria um quadro”, que coisa mais idiota. Mas essa música também diz “num cofre não se guarda nada, num cofre perde-se a coisa a vista”.

A conexão cai. Eu nunca mais poderei ver Jerome. Fico inconformada. Eu não posso deixar esse homem. Preciso fazer companhia pra ele. Me atormenta a idéia de deixá-lo sozinho com toda a decepção que essas meninas sentem em não ter mãe. Não me iludo com qualquer altruísmo nos meus sentimentos, eu quero aquele amor todo. Eu quero que ele ache que meus olhos são iguais aos dela. Eu quero receber todo esse amor sem ter feito nada para merecê-lo. Primeiro recorro ao Google, procuro por professores de matemática em sua cidade. Não tenho informações suficientes para procurar. Não é fácil. Me dou conta, depois de quase uma hora, que os obituários são minha última esperança. Ela morreu faz 3 anos. Procuro em todos os obituários de San Diego, de 2007 e até o meio de 2008 (porque algumas pessoas consideram dois anos e meio, como três) a morte de uma mulher com por volta de 28 anos, que tenha deixado um marido e duas filhas para trás. Encontro muitas falecidas que enviuvaram Jeromes, a maior parte muito mais velha, algumas sobreviventes de guerras, outras talentosissimas e tantas muito queridas pela família. Finalmente encontro Claire Sabiston, morreu com 27 anos em outubro de 2007, faz três anos exatamente. O obituários diz apenas “You’ll be really missed by the three of us”. E diz também onde será o velório. encontro Jerome Sabiston em um site de professores particulares, ele cobra 30 dolares a hora e tem muitas referências boas.

Jerome fica muito feliz que o encontrei. Rimos juntos de quão absurdo foram os meus meios. Mas também não rimos tanto, não queremos pensar no quão pouco engraçado é.

Essa é a terceira vez que me despeço de Jerome no aeroporto. Fazemos pouco caso, quem vê pensa que trabalhamos juntos. No portão de embarque sempre pergunto “Do you have your passport?”, ele dá um pequeno tapinha no bolso e um beijo rápido em minha bochecha. Nos damos as costas sem olhar para trás. Na primeira vez que ele veio, trouxe Dorothy e Jude, levou elas pra praia. Me encontrava escondido. Nunca as vi. Achamos inapropriado. Passamos a maior parte do tempo falando sobre Claire. Ele me explica em detalhes, como ela dirigia com o cotovelo para fora da janela e se maquiava entre faróis, que ela mantinha uma pequena lanterna no porta-luvas e pelo menos duas mudas de roupa no porta-malas. Que ela dirigia feito uma louca, e que a certa altura do namoro deles, ele se acostumou com a idéia de que isso nunca mudaria. Mas que ela de fato dirigia de forma diferente quando as meninas estavam a bordo e que quando não estavam ele costumava dizer “can’t we Just pretend Jude is in the back seat?”.

Não tento imitar ela em nenhum aspecto, ouço tudo com muita atenção, quero saber mais, quero saber tudo. Jerome sempre tem mais o que contar. Ele me conta também sobre as meninas, como Dorothy gosta de pintar livros de colorir com o giz branco. O que não faz tanto sentido, mas parece ser de grande sensibilidade. Ela quer preservar o livro como está, mas também quer ter o prazer de preencher.

Quando ele fala das meninas é o mais próximo que chego de ocupar o lugar dela. Nunca comentamos esse deslize. Concordamos que é um direito que adquirimos depois de tanta disciplina.

Pode significar qualquer coisa. Passei outro dia pela mesma trepadeira. Não sabia onde ia chegar colocando ela aqui. Não é preciso pensar muito, eu sou o botão, Claire é uma flor murcha e flor aberta não se vê.

sexta-feira, junho 18, 2010


- O que você ta lendo?

- Samuel Beckett

- Não conheço...

- É um dramaturgo irlandês, ele não tem cara de crocodilo?

Mostro a foto na capa do livro.

- Na verdade não...

- Tem sim, eu vou te mostrar outra foto.

Vamos até o computador e eu mostro pra ele uma foto em que a expressão carrancuda do autor é completamente crocodilical. Daniel concorda comigo. Deixo o livro, ele sai do quarto. Passo a procurar fotos de autores famosos e pensar como seria a minha foto na orelha de um livro. Não gosto da expressão Cult e nem da cara de deprimido, Beckett tem a seu favor essa cara de mau. Eu gosto especialmente da foto do Camus que tem na orelha de O Estrangeiro. Ele ta muito bonito na foto, em nenhuma outra foto ele é bonito assim. A foto é do Bresson e estou convencida de que ele era apaixonado pelo Camus para poder fotografar ele bonito assim. Mas também isso não é verdade.

Daniel é meu roomate, acho que não existe palavra melhor em português. Não temos muito em comum, ele não gosta muito de sair e ele não gosta do Rio de Janeiro. Acho bom isso da gente não ser parecido, existe a possibilidade de uma melhor convivência sem a necessidade de uma amizade. Temos essa piada pronta de que eu sou uma pessoa muito esquisita. Lendo crocodilos e fazendo comidas pra lá de integrais.

Eu acordo cedo e vou para Ioga três vezes por semana, vou andando pela praia. Ai volto pra casa e escrevo um pouco. Foi o que eu sempre quis dizer que eu faço “volto pra casa e escrevo um pouco”. De tarde tem o curso, tentamos todos ser amigos por lá apesar da competição. Volto pra casa, faz 2 semanas que estou aqui e ainda me perco um pouco. Estou procurando um samba bom para freqüentar em Santa Tereza, vou para lá uma vez por semana e tento ficar sozinha tomando uma cerveja. Mas sempre parece solitário demais. Ou alguém me tira pra dançar e acho constrangedor de mais dizer que sim e constrangedor de mais dizer que não. Tento ver um filme todo dia no cinema ou em casa, um bom filme e depois escrever sobre ele.

Sempre compro mais comida do que preciso ainda não sei organizar isso e sempre acho que vou ser mais saudável do que realmente sou. Uvas, abacaxi, morango, banana, maçã, cebola, cenoura, abobrinha, alface, tomate, pepino e couve-flor.

Desde que surgiu a possibilidade de mudar para o Rio sempre sonho com o dia em que vou chegar para o meu professor de Yoga e dizer “eu queria que você me recomendasse uma boa escola de Yoga no Rio”. Porque eu tenho gostado muito de fazer yoga e não queria perder o gosto com a mudança. E ai veio a idéia de que no Rio eu poderia fazer yoga e andar na praia. E ai onde eu ia morar por lá? Analisei toda região e comecei a pensar com quem e como eu ia morar. É uma sorte que o apartamento de Daniel tenha duas vagas de garagem.

É claro que Daniel não existe e a possibilidade de ir para o rio parece cada vez mais remota. Eu gosto da Yoga porque de repente parece um esporte que tem um cunho espiritual. Na academia você passa uma hora na esteira ouvindo Lady Gaga e parece que sua subjetividade vai embora junto. Eu nem entendo o que a Yoga propõe espiritualmente, qualquer coisa que deve fazer bem, mal não há de ser. Faz falta qualquer espiritualidade nessas horas que a gente quer muito uma coisa que não depende mais da gente. Falta a quem pedir. Tive vontade de ligar para minha avó “reza para eu conseguir a vaga no Rio, vó”. Como se eu precisasse de um representante espiritual, já que eu não tenho muito crédito. Ou ia perguntar para o professor de Yoga “e ai tem alguma divindades dessas que eu possa pedir alguma coisa? Precisa acender um incenso? Tem alguma burocracia?”. Passei a pensar em carma, quando a gente pula toda o tramite da espiritualidade e vai direto para a superstição: o casaco que eu não devolvi e passei a usar, uma figurinha que eu peguei a mais, quando eu fiquei soltando nomes de autores no meu blog como uma entendida qualquer, tudo que eu fiz de errado nessas últimas semanas...

Acho que não existe qualquer forma de dizer, sem ser ridícula, que isso aqui é o mais perto de um pedido ao cosmos que eu posso chegar.


foto em que o beckett parece um crocodilo.

sexta-feira, maio 14, 2010

Em memória de Olívia




Esses dias eu fui num restaurante vegetariano natureba que, especialmente essa semana, estava com um cardápio baseado em palmito. Um monte de gente havia recomendado as tais especialidades de palmito e elas aconteceriam só essa semana, então tive que conferir. O cardápio iniciava a sessão do palmito com o título Em memória de Olívia. E explicava assim, que há 10 anos, quando eles compraram o espaço do restaurante eles fizeram uma horta e plantaram nela uma árvore de palmito. Todos os membros do restaurante gostavam muito de palmito e lhes parecia anti-ecológico comer palmito industrializado. Assim, todos colocaram muito afeto e dedicação para que a árvore crescesse e para que um dia todos pudessem desfrutar de um palmito sem culpa. Os anos se passaram, eles plantaram de tudo naquela horta e a árvore de palmito continuava lá, era a única arvore no quintal e necessitava de muito cuidado, então ela ganhou um nome Olívia Palmito. Tinha até quem conversasse com ela. Então há 3 anos, quando a Olívia estava pronta para o corte, ninguém teve coragem de "abater" a árvore. Todos eles sentiam que seria como comer a carne de um animal e concordaram que não havia qualquer forma de comer palmito sem culpa. Acontece que na semana passada aquela chuva absurda derrubou a Olívia e não faria sentido algum jogá-la fora. Seria um desperdício de comida, além de toda aquela vontade acumulada há anos pronta para gerar receitas incríveis com palmito. Por fim, fizeram um cardápio em memória da Olívia. E plantaram outra arvore de palmito, que eles não pretendem comer, mas que se daqui 10 anos ela for atingida por um raio, outra semana do Palmito acontecerá. Na saída eu fiquei conversando com um manobrista enquanto esperava a chuva passar. "A comida daqui é boa, né moço?" "Não sei, eu não como ai não, não tem carne". Parecia justo. "Mas e essa história do Palmito, hein? Que história!" "que palmito?" "Ué, a arvore de palmito que eles plantaram aqui...". O homem fez uma cara de saco cheio e disse "quer saber? eu vou te mostrar uma coisa" Ele me levou pro quintal do restaurante, onde ficava a tal da horta. E não tinha horta nenhuma.