segunda-feira, outubro 15, 2007

Quando eu estava na quinta série, na flor dos meus 11 anos, eu era completamente apaixonada pelo Gustavo Lima (é que nessa época todo mundo tinha nome e sobrenome, mas esse não era o nome dele) ele não era dos melhores garotos de 11 anos, alias muito provável que na minha classe ele fosse um dos piores. Eu tinha essa certeza profunda que por trás de toda aquela fama de mau ele era uma ótima pessoa e reciprocamente apaixonado por mim. Certezas muito bem fundamentadas na minha pré-adolescente opinião, mas que nunca foram comprovadas.
Um dia o Fábio Rosemberg veio me dizer que tinha percebido tudo e que falaria com o Gustavo. Afinal naquela época era assim que funcionava, nunca se tratava dessas coisas sem intermediários. Mas eu pedi pra ele não ir, de forma nenhuma, eu implorei pra ele não ir falar com o Gustavo e ele foi. E eu sabia que ia dar tudo errado, mas foi bem pior. Porque eu vi a cara dele dizendo que não. Eu lembro claramente de ter visto algo como "de jeito nenhum" e "ai que nojo" sendo dito.
Eu queria nunca mais voltar pra escola. E eu ficava chateada pensando que eu não poderia fazer nada diferente. que depois que o fábio descobriu, não tinha o que mudasse a idéia dele de ir até lá. E também não tinha como mudar o que eu sentia. Era uma coisa estupida, mas era o que eu sentia. E eu tinha que voltar pra escola, e passar por momentos constrangedores, até parar de sentir tudo aquilo.
Esses dias eu tava pensando nessa história e percebi que eu nunca tinha me dado conta de quão bonitinho era essa incapacidade do Fábio Rosemberg de achar que alguém não quereria ficar comigo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Assim apelando para fatos da infância..
eu gamo né!
ai como eu tô bichinha

renato santoliquido disse...

Gostei do seu blog homicida e palindromo.
Como anda a vida, minha continuísta?

bjos

¿Doubter? disse...

Realmente...