segunda-feira, agosto 04, 2008

E eu andava pela casa segurando alfinetes

A gente acordou lado a lado sem saber o que fazer. Como se tivéssemos passado um ano dormindo. Eu fumava seus cigarros deliberadamente. Você dizia gostar dos meus poemas
Nós ficávamos até o fim dos créditos em todo filme. Comentávamos a incompetência desse ou daquele casal. Eu não gostava quando você bebia de mais. Você me censurava quando eu me exibia. Nós detestávamos pessoas desesperadas. Nunca falávamos de nós dois. Eu te intimava pra sair. Você me deixava em casa. Nós nos despedíamos. Você acordou quando eu fiz pouco de você. Eu levantei porque no sonho você me desmereceu. Despertos, envolvidos pela trilha sonora do limpa pára-brisa. Você tremia e eu me perguntava o que a gente tinha feito de errado. Você disse pra eu relaxar. Eu fui embora sem dizer porque. Você devia me odiar. Eu não devia ter contado pra ninguém.
No sonho
Eu andava pela casa segurando alfinetes.



(achei perdido por ai, resolvi postar)

2 comentários:

Anônimo disse...

lígia, você é uma gênia

Luisa disse...

ih, que bom, tava com saudade dos seus textos!