" Vocalista: Agora antes da nossa próxima música, tem uma menina aqui querendo dizer alguma coisa.
Menina: Meu nome é Gisele e eu perdi minha carteira, ela é de couro vermelho.
Vocalista: Bom, bacana...acho que a gente nunca teve uma intervensão dessas no show.
Menina: Quem achar, sendo homem ou mulher eu faço uma chupeta!
Lá do fundo: Achei Gisele!"

Passagem real, que pode ser encontrada no cd ao vivo da Patife band.

Por que toda floricultura tem letreiro de neon?

Acho absurdo como algumas pessoas muito mais velhas que eu lembram tão bem da infancia delas, aqueles autores saudosistas, cineastas, professores ou vizinhos que contam brincadeiras antigas com detalhes . Eu não lembro de quase nada, muitas das imagens que eu tenho vêm de fotos. Pensava que era por causa da cidade, porque todo mundo diz que a gente de São Paulo não teve infancia, e é verdade que a minha pré-adolescencia foi precoce. Mas ultimamente eu acho que com o tempo a gente começa a lembrar mais, por mais que isso não faça sentido algum, talvez se invente as partes que faltam, ou se convive melhor com as que não gosta, sei não.

Mas esses dias eu lembrei de uma história. Quando meu tio casou, eu fui daminha (tinha entre 3 e 5 anos) , meu vestido era todo branco com um laço rosa no meio, basicamente um vestido de noiva mini. Acho que o vestido foi comprado, não alugado, porque depois da festa eu queria usar ele sempre, tanto que minha mãe acabou mandando fazer um vestido versão estragável. Sim, eu tinha um vestido de noiva pra brincar. Só que não parou por ai, eu usei tanto ele, que eu acabei convencendo minhas amigas da genialidade daquilo, e elas quiseram um também. Acho que a costureira fez uns 3 ou 4 deles, eu ia ficando com inveja dos outros, porque eles eram cada vez mais elaborados e o meu estava ficando velho.

Estou ensaiando pra dizer como as brincadeiras de meninas são machistas. Que a gente brinca de casar, de ter filho, de se arrumar,de cozinhar, de limpar a casa...enquanto os meninos brincavam de salvar o mundo, de pirata, de astronauta....Claro que não era só dessas coisas de menina que eu brincava (sou particularmente orgulhosa da brincadeira que eu e uma amiga tinhamos em que eramos batedoras de carteira usando patins) mas estava sentindo essa inferioridade feminina de sonhar baixo. Ai esses dias me ocorreu que nenhum menino brinca de ser pai de familia, de ser adiministrador, engenheiro, advogado...pelo menos não nessa idade. E que de algum jeito essas brincadeiras realistas são uma forma de maturidade, por mais que possa ser frustrante depois não se encaixar a certos padrões. E que pra minha filha eu vou dar uma traje de astronauta e uma barbie balzaquiana.

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Então, esses dias eu estava pensando em como os meios de comunicação mudam os nossos hábitos, e toda essas coisas que a faculdade de comunicação não te deixa esquecer. Lembrei de como a uns tempos atras eu vivia no telefone, passava horas, e agora tendo celular quase ninguém me liga em casa, e como eu me irrito um pouco de falar em celular perdi o hábito. Alias mal atendo o telefone em casa porque nunca é pra mim, mas hoje eu atendi:

-alô Lígia?
-É, quem ta falando?
-É o Thiago.
-Thiago?
-É....o homem perfeito!
- QUÊ??
-Lembra a uns dois anos atras quando você e suas amigas estavam meio bebadas, e vocês criaram o homem perfeito, você até escreveu meu nome em uma bexiga e disse que era eu.
-Seu nome não era Tiago, sem o H?
-Era, mas você queria que fosse com.
-E você não tinha morrido no dia seguinte?
-É você estourou a bexiga no dia seguinte, sentou nela sem querer.
-Mas então, porque você ta lingando agora?
-Você sempre quis que eu ligasse.
-Mas agora?
-Você queria que eu te surpreendesse!
-pera ai, volta! Você morreu!
-Eu continuei vivo dentro de você
-Ah vá! Serio o homem perfeito nunca diria isso!
- Você queria que eu fosse menos inteligente que você.
-Ai cansei.
-Que foi?
-Você é chato, bobo e você ta dois anos atrasado.
-Mas....
-Olha você nem consegue dizer a coisa certa na hora certa! Liga pra uma das outras meninas, talvez você ainda seja perfeito pra elas.
-Ah...ok, boa idéia.
-Não esquece de perder o H.